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Um poema ao chimarrão – por Glaucus Saraiva

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Palmeio o velho porongo
derramo a erva com jeito
encosto a cuia no peito
batendo a erva prá um lado;
com os quatro dedos curvados
formo um topete bem feito.

Com um poquito de água morna
bem devagar despejado,
tenho o amargo ajeitado
que ponho a um canto pra inchar;
e espero a água esquentar
pitando o baio sovado.

A pava chiou no fogo.
Encho a cuia que promete;
a espuma se arremete
bem pra cima, borbulhando,
e acariciante, beijando,
branqueia todo o topete.

Agarro a bomba de prata,
tapo o bocal com o dedão,
calço o bojo bem no chão
da cuia e vou destapando
a bomba que vai chupando
um pouco de chimarrão.

Derramo outro pouco d’água
para aumentar o calor…
e o mate confortador
vou sorvendo em trago largo,
pois me saiu um amargo
despachado e roncador.

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