Poucos cantores brasileiros marcaram tanto nossa música e o rock nacional quanto Raul Seixas. Lá se foram 25 anos sem ele e muita gente ainda lembra de pedir pra tocar Raul!
Isso não é porque ele tenha sido um menino “certinho”, daqueles de família, que não protestam e só abanam a cabeça, obedecendo o que lhe é mandado, como aquele seu amigo Pedro, que faz sempre as mesmas coisas, vive sempre a se queixar da solidão e que quando quer chorar vai ao banheiro.
Ele não era do tipo de se aquietar, falava como poucos tinham coragem de fazer. E por isso foi torturado como outros também.
Críticas ele fazia, como quando diz que “Tudo aqui me falta,/A taxa é muito alta, /dane-se quem não gostar!”. Ele propôs uma sociedade nova, alternativa; começou um movimento, falou mal da tradição e cuspiu na estrutura. Colocou tudo pra alugar, ou melhor, mostrou que aqui tudo é para gringo pegar.
Ele não foi santo, mais provavelmente o anti-herói, ou seria o herói que deveríamos ter? Se bem que alguns logo dirão: “ele flertou com o Diabo, queimemo-lo na fogueira santa!”. Isso nem lhe importava, porque até mesmo o diabo que lhe dizia respeito não era o dos cristão bem feitos. Mas isso não quero polemizar, deixemos pra lá.
O certo é que, mesmo que não queiramos bem tudo que foi profetizado, por Raul e seu mago (o COELHO, Paulo), ou sozinho ou “empanelado” com Marcelo Nova, nessa metamorfose constante, o certo é que o trem sempre está chegando na estação, trazendo quem vem de longe, ou levando que vai partir.
E ele partiu.
Era 21 de agosto de 1989.
E no fim não foi um santo, mas foi homem, foi cowboy fora da lei. Agiu como tal e fez o que achou que devia fazer. Sofreu como todos, errou também; viveu como poucos, aprendeu e ensinou, ainda que muitos não o queiram reconhecer.
Dica de livro:
Veja as duas outras postagens publicadas recentemente em homenagem a Raul:
* Originalmente postado em 20/ago/2014.
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