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Esse episódio de Histórias do Brasil fala sobre o Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP) e como funcionava a censura e a construção de uma identidade nacional no Estado Novo de Getúlio Vargas.
Na época do Estado Novo (1937-1945), em que nossa capital ainda ficava no Rio de Janeiro, a repressão era dura aos opositores, a espionagem era uma realidade e a caça aos comunistas era uma constante. Repressão cada vez mais institucionalizada, ainda mais depois do Levante Comunista de 1935, apelidado de forma pejorativa de Intentona. Com isso, a liberdade de imprensa e intelectual foi suprimida, controlando-se até o fornecimento de papel-jornal.
Por outro lado, sobravam elementos de propaganda do governo, de uma autorizada cultura nacionalista, com louvores ao “pai” dos pobres e trabalhadores, que também é o “amigo das crianças”. Nesse cenário que criou-se, como se sabe, o programa Hora do Brasil (que a partir de 1971 passou a se chamar Voz do Brasil), de alcance nacional, via rádio, e que com o tempo se tornou um programa de transmissão obrigatória.
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A cultura na Era Vargas
De forma geral, durante a era Vargas (1930-1945), a cultura brasileira foi amplamente influenciada pelo nacionalismo promovido pelo governo. Getúlio Vargas buscou construir uma identidade nacional unificada, utilizando a cultura como uma ferramenta política. Nesse sentido que o DIP controlavam a produção cultural, promovendo símbolos nacionais como o samba (antes criminalizado e depois adotado e ressignificado pelo governo) e utilizando, como vimos, o rádio para difundir mensagens de exaltação ao regime.
Ao mesmo tempo, o modernismo continuava a influenciar a arte e a literatura, enquanto manifestações populares, como o Carnaval, eram incentivadas como elementos integradores da identidade brasileira.
Outro elemento de propaganda de grande valor para Getúlio Vargas foi o real crescimento da economia e de desenvolvimento industrial no Brasil. Soma-se ainda criação de novas e grandes empresas estatais, como a Companhia Siderúrgica Nacional. É o período onde muitos órgãos são criados, entre eles a Universidade do Brasil. É também o momento de festas cívicas, como o Dia do Trabalho.
Quem comenta nesse episódio de Histórias do Brasil são as pesquisadoras da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Ângela de Castro Gomes e Marieta de Moraes Ferreira, e ainda Maurício Parada da PUC-Rio.
Histórias do Brasil – lista dos episódios
1 – Antes do Brasil, Cabo Frio
2 – Colonização
3 – Guerra pelo açúcar
4 – Entradas e Bandeiras
5 – Ouro e Cobiça
6 – Leituras Perigosas
7 – O Sangrador e o Doutor
8 – Vida e morte no Paraguai
9 – Propaganda e Repressão
10 – O Sonho de Juscelino
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