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O Brasil está mudando, segundo o IBGE! O que diz o Censo 2022?

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Segundo a última pesquisa o país está passando por transformações e isso tem a ver com a população, com as cidades e com as famílias. É sobre isso que quero falar nessa postagem.

Os últimos dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), resultado do Censo de 2022, apontam para mudanças no Brasil quando se trata do tamanho das cidades, da composição e do tamanho populacional, da composição familiar e dos tipos de moradia.

Segundo a última pesquisa, 56,9% de todas as cidades brasileiras cresceram nos últimos 12 anos. Algumas delas quase dobraram sua população, tendo Canaã dos Carajás (PA) crescido 188,51%. 

No ranking das 5 primeiras, estariam:

1º: Canaã dos Carajás (PA), que cresceu 188,51% entre 2010 e 2022;

2º: Abadia de Goiás (GO): crescimento de 177,58%;

3º: Extremoz (RN): crescimento de 150,6%;

4º: Goianira (GO): crescimento de 111,16%;

5º: Itapoá (SC): crescimento de 108,29%.

Em em números relativos (percentuais de crescimento), as cidades pequenas tem aumentado de forma muito importante. O que parece mostrar uma fulga de população de outras cidades maiores e mais violentas, que também sofrem com falta de estrutura para populações de renda mais modesta ou mesmo mais pobres. As cidades pequenas ofereceriam uma melhor qualidade de vida. A exemplo de Itapoá, em SC (onde eu morei por algum tempo), que tem a maior extensão de praia do estado, é um ambiente bastante receptivo e recebe um grande fluxo de turistas nas altas temporadas.

Já em números absolutos (ou seja, em números totais de novos habitantes), as capitais seguem na frente, com a exceção da cidade de Sorocaba, que ganhou 136.758 novos habitantes:

Manaus (AM): a cidade ganhou 261.533 pessoas nos últimos doze anos;

Brasília (DF): ganhou 244.909 habitantes;

São Paulo (SP): ganhou 197.742 habitantes;

Sorocaba (SP): ganhou 136.758 habitantes;

Goiânia (GO): ganhou 135.325 habitantes.

Esse cenário das grandes capitais sugere que parte da população ainda tem buscado as grandes cidades na esperança de melhoria de vida e oportunidades de emprego. Nisso o Sudeste segue como atrativo, assim como o Sul que tem gerado grande número de postos de trabalho. Embora Manaus, por exemplo, na região Norte, venha atraindo muita gente – parte dela conectanda com a situação atual da Venezuela, que tem conhecido um êxodo muito significativo. 

No Sul brasileiro, Santa Catarina, estado que tem conhecido um significativo crescimento econômico nas últimas décadas, lidera o ranking da região em porcentagem de cidades que ganharam população. O estado soma 75%, comparado com 25% de suas cidades que perderam população. Em números absolutos, 224 cidades catarinenses ganharam novos habitantes, ficando atrás do Paraná com 228 cidades.

Sobre as famílias brasileiras

O conceito de família é bem problemático no país e o IBGE segue uma cartilha muito conservadora em seus levantamentos. Mas isso parece estar passando por algumas mudanças positivas, ainda que haja ainda muita coisa negativa para resolver. 

De acordo com o órgão de pesquisa, teríamos um novo perfil demográfico, onde estaríamos conhecendo os “novos formatos de família” e as já “tradicionais” vem conhecendo mudanças significativas. A média nacional atual é de 2,79 moradores por residência, mas já foi maior, especialmente no campo, como é bem conhecido pelas gerações anteriores. No Amazonas, unidade da federação com maior média, a concentração populacional segue sendo grande, havendo em cada residência uma média de 3,64 moradores – lembrando que em números absolutos algumas famílias possam ser bem maiores. 

O que tem ocorrido em geral é uma redução em alguns índices, especialmente nas grandes e médias cidades. Nesses ambientes, onde o setor urbano é mais importante, as famílias têm encolhido. Segundo o IBGE, essas mudanças se explicam, dentre outras coisas, pela queda da taxa de fecundidade, que é o número médio de filhos que as mulheres têm ao longo de sua vida. No Brasil, enquanto na década de 1960 a média era de seis filhos, hoje é de 1,6 filho por casal.  

Outros fatores também vem contribuindo, a exemplo do envelhecimento populacional, que mostra a necessidade de repensar diversas políticas públicas e sociais. Somado ao fato apontado de que os casais vem tendo menos filhos. A urbanização estaria conectada a isso, continuando a ocorrer um processo migratório e êxodo do campo para as cidades.

Claro que outros fatores contribuiriam também para a mudança social e familiar. A exemplo do novo papel que vem assumindo muitas mulheres, que buscam se inserir no mercado de trabalho, que pedem direitos iguais aos homens e que saem mais de casa para trabalhar. Mulheres que não se limitam mais, em sua maioria, a trabalhos domésticos ou funções “clássicas” femininas, a exemplo da docência e do secretariado.

Essas mulheres têm tido maior acesso a métodos contraceptivos, têm procurado maior nível de estudos e planejado melhor a vida pessoal e familiar. O que inclui os filhos que venham a ter, já que mais tempo de estudos dos filhos requer também mais custos, que se somam aos demais custos que cada criança possa oferecer e mesmo aos diversos outros pontos que requerem atenção, por exemplo, a atenção e o cuidado.

O fato de as famílias estarem diminuindo ainda deve ser melhor estudado, levando em conta, por exemplo, o tipo de família a ser considerado. Os casais homoafetivos, estariam entre os que apresentam a princípio um melhor planejamento e que se mantém menores também. 

Mas se o tamanho das famílias tem diminuído, o número de domicílios tem aumentado. Isso porque muita gente tem optado pela chamada vida single (ou ainda chamado de formação unipessoal), em diversos casos morando sozinhos em espaços menores – ou mesmo bem reduzidos. Além da escolha por uma vida mais independente, isso teria a ver em todas as grandes cidades com o alto custo da moradia – que também influi na constituição de casais que optam por 1 ou 2 filhos. É por isso que nesses cenários dos que optam por morar sozinhos e viver solteiros, há a opção por dividir esses custos com outras pessoas.

Claro que há muitas outras coisas a serem estudadas sobre a composição populacional do Brasil atual – sem falar nos aspectos econômicos e sociais, que nem falei muito por aqui. De qualquer forma, isso já dá uma ideia do que podemos tirar do Censo de 2022.

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