Avatar de Jose A. Fernandes

Compartilhe esse conteúdo

Classificar post
Capoeira. Rugendas, Le Brésil, 1839.

Aluno Caio Henrique Reblin

Era uma vez um escravo normal, trabalhava, sofria, tinha saudades da família, passava fome e tudo tal. Esse era eu. Eu ficava trabalhando com os meus amigos escravos quase o dia inteiro e quando podíamos dormir era uma felicidade só. A fome era imensa. Quando eles traziam comida, alguns de tanta fome roubavam mais comida dos outros escravos. 

Durante a noite eu sonhava com a minha família, porque a saudade era imensa. Todos os escravos sonhavam em ter a família de volta. Então o sofrimento lá na senzala era enorme: alguns morriam, a maioria pegava doenças, e eu ainda tinha uma vida, trabalhava até a hora certa, a comida me sustentava, a água também e sempre dormia o tempo necessário. O meu maior sofrimento era a saudade da família. 

Nós escravos resistíamos muito, mas tinha hora que não dava mais, então nós inventamos uma dança com luta: a capoeira. Muitos escravos usaram a capoeira para fugir porque o trabalho era em más condições, comida e água muitas vezes não sustentava e outras coisas mais. Mas tinha alguns que não apoiavam a capoeira. 

Eu fugi da senzala quando ouvi falar que existia uns quilombos por perto. Daí outros escravos concordaram de fugir comigo. E um dia depois disso teve um ataque dos holandeses e os nossos chefes estavam meio ocupados com os holandeses. E daí em uma noite eu e mais 40 escravos fugimos para o quilombo dos Palmares. A vida lá era boa, a gente trabalhava pouco, comia direito, tinha higiene boa e descansava bem. 

Um ano depois o quilombo dos Palmares era o maior quilombo do Brasil. Até que dia 6 de fevereiro de 1694 o quilombo foi incendiado pelo grupo de um mercenário chamado Jorge Velho. 

Eu sobrevivi e agora estou aqui bem de vida e contando isso para você.

Não entendeu essa postagem? Clique aqui!

Tagged in :

Avatar de Jose A. Fernandes
×