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Mais uma publicação que pode interessar a muitos dos colegas, especialmente aos que estudam relações internacionais e mesmo, de forma geral, aqueles que se interessam pelo que está acontecendo na economia brasileira e mundial.

Apresentação

As mudanças
pelas quais passa o mundo colocam as economias emergentes em posição de
destaque na cena internacional. Entre os emergentes, Brasil, Rússia, Índia,
China e África do Sul (BRICS) destacam-se enquanto economias com expressivas
taxas de crescimento e funcionam como importantes polos políticos e econômicos
regionais. Responsáveis por parte significativa do dinamismo econômico mundial
nos últimos anos, estes países passaram também a ampliar seus espaços de
atuação política em instituições e fóruns internacionais.
Desde sua
formalização enquanto grupo, em 2009, o BRICS vem atuando com vistas a
intensificar as trocas entre suas economias e a identificar agendas e
interesses comuns que possam dar ao grupo bases para atuação conjunta. No campo
econômico, não obstante tensões que emergem da concorrência entre os emergentes
mundo afora, particularmente impulsionada pela integração da China à economia internacional,
pode-se encontrar elementos que denotam posições convergentes e cooperativas
entre os países do BRICS. Um exemplo desta convergência, talvez a primeira
iniciativa a reunir quatro dos cinco países do grupo após sua criação, é a estruturação
e consolidação do G20 Agrícola na Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio
(OMC), grupo que simboliza uma mudança estrutural nas negociações comerciais,
derivada de importantes transformações que vêm ocorrendo na economia e na
política mundial no início deste século.
Cabe lembrar
que o regime multilateral de comércio tornou-se central às demandas dos países
em desenvolvimento, particularmente após a institucionalização do sistema de
solução de contenciosos ao fim da Rodada Uruguai, o qual representa o principal
lócus de negociação política da regulação do comércio global.
Os novos
agrupamentos negociadores entre países em desenvolvimento, como o G20
Comercial, encontraram no regime multilateral de comércio, baseado no consenso
e dotado de mecanismos de
enforcement mais desenvolvidos, os incentivos
necessários para sua formatação. Com a acessão da Rússia à OMC, todos os países
do BRICS farão parte do regime multilateral de comércio, o que pode ampliar o
escopo de cooperação entre eles em novas negociações, bem como a importância do
multilateralismo em suas agendas de política comercial.
Compreender
a dinâmica da inserção comercial dos BRICS e sua atuação na OMC é, assim,
fundamental para analisar o potencial de cooperação e conflito na agenda
econômica do grupo. Neste sentido, o livro
Os BRICS na OMC: políticas comerciais
comparadas de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul
busca
atualizar o debate sobre a inserção comercial internacional destes países, além
de ajudar a 
compreender
as bases para o lançamento de uma plataforma comum aos BRICS no campo
econômico-comercial. Ademais, o livro reflete o resultado exitoso de um projeto
de pesquisa que traz à sociedade um esforço coletivo de reflexão sobre os
desafios da inserção internacional do Brasil em um mundo em transformação.



por Marcelo C. Neri, presidente do IPEA


Organização: Vera Thorstensen e Ivan Tiago Machado Oliveira

Editora: Ipea
Ano: 2013
Páginas: 470 


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