Os monstros, década de 1960. Imagem de divulgação.
Hoje em dia o número de informações e notícias ao nosso alcance é tão grande e variado que acabamos ficando imunes à algumas palavras e nomes que até um tempo atrás eram assustadoras só de ouvir. É o caso de palavras como morte, assassinato, chacinas e massacres, que hoje parecem tão normais de se ouvir. É engraçado dizer, mas, no mundo da ficção, muitos de nós também tinha calafrios ao ouvir falar e ver Zé do Caixão, Contos da Cripta, Sexta feira 13, etc.
Esses dias estava eu assistindo o programa Estudio i, da Maria Beltrão, no canal Globo News*. Ela e seus convidados comentavam um antigo seriado que misturava terror com comédia chamado Os monstros, que fez muito sucesso no passado e recebeu um remake em 2012, dirigido pelo renomado Bryan Singer. Entre comentários sobre o “novo” seriado, que na opinião de um dos convidados não conseguiu captar a essência do seriado original, os colegas presentes chegaram à conclusão de que os filmes/seriados de terror, com exceção de alguns como Atividade Paranormal, The Walking Dead e American Horror Story, não assustam tanto mais hoje como já assustaram um dia. A explicação dada era para uns a dificuldade de “refazer” clássicos do horror. Foi quando a apresentadora, por sua vez, emendou: “a gente tem tanta coisa para se assustar hoje em dia né?”.
Ligando essa ideia dela com o que temos da vida real, o que parece incompreendido é que muitos desses “horrores” sempre existiram; sempre tivemos “crimes do século”. É só fazer uma pesquisa básica. O que acontece hoje em dia é que eles vem ganhando cada vez mais publicidade, tanto com a internet quanto com a televisão – só lembrar de alguns programas de TV sensacionalistas que seguem o “padrão Datena de qualidade”. Um caso parecido é o da corrupção, que de tanto ser vista e ouvida parece banal e generalizada. Vez por outra nos pegando afirmando que “político é tudo igual, só mudo o tamanho do rombo nos cofres públicos”.
De terror em terror, o que me parece é que de tanto “sabermos”, ou seja, termos informações ao nosso alcance, mais nos perdemos e menos conseguimos sintetizar, entender o que acontece à nossa volta e assim chegar a alguma ideia fundamentada sobre alguns “monstros” que antes assustavam-nos e hoje, por vermos sem “enxergá-los”, não os tememos mais.
De terror em terror, o que me parece é que de tanto “sabermos”, ou seja, termos informações ao nosso alcance, mais nos perdemos e menos conseguimos sintetizar, entender o que acontece à nossa volta e assim chegar a alguma ideia fundamentada sobre alguns “monstros” que antes assustavam-nos e hoje, por vermos sem “enxergá-los”, não os tememos mais.
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