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O IPEA, o “Índice de Expectativas das Famílias” e nova Classe Média no Brasil

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Num momento em que Márcio Pochmann, Presidente do
IPEA, se programa para o lançamento de seu livro “Nova Classe Média?”,
pela Boitempo, o Instituto divulga, pelo
assessor técnico André Calixtre, o Indicador de
expectativas das famílias,
 referente a março de 2012. Se tem
relação esses fatos? Não sei.  Mas ambos, o presidente e seu assessor
técnico, trazem alguns dados interessantes, embora representem, no geral, um
momento.



Segundo Pochmann, durante a última
década, o Brasil viu a ascensão de milhões de pessoas à chamada “nova Classe
C”, muitos desses “companheiros” deixando a sempre lembrada
“linha de pobreza”. Para analisar esse novo elemento social
brasileiro, o presidente do Instituto de Pesquisa Aplicada (Ipea), escreveu o
livro “Nova Classe Média?”.  


Segundo Caio Zinet, de Caros
Amigos
, para o pesquisador há
uma disputa sobre o que representa essa nova Classe, principalmente em torno da
discussão se ela pertence a um setor da classe média, ou se é um setor
daclasse
trabalhadora
. Para Pochmann, essa discussão tem intensas repercussões
sobre a atuação e o papel do Estado, sendo que, segundo entrevista ao referido repórter, “se a identidade que nos estamos tendo é a de
classe média, a pressão para que o Estado subsidie o setor privado tenderá a
ser maior. Se nós entendemos que se trata de novos segmentos no interior da
classe trabalhadora a pressão é de outra natureza” (Texto/entrevista
Marcio
Pochmann lança “Nova Classe Média?
“).
No caso do nosso amigo assessor técnico, André Calixtre, algumas das suas
afirmações dão conta de que não podemos falar que há uma queda na
expectativa das famílias brasileiras e sim que “elas estão se mantendo
estáveis por enquanto”, inclusive continuando “mais otimistas do que
no ano passado, do que em 2011”.

O “índice cheio”, ou seja, o Índice de expectativa das famílias, teve
um comportamento ascendente desde novembro de 2011; em dezembro ele teve um
salto de 63.7 para 67 pontos. Esse índice não é porcentagem e sim pontos
de uma escala de otimismo (acima de 60 pontos para o IPEA significa “otimismo”). Em janeiro de 2012 houve um
recorde histórico, segundo o assessor, quando bateu 69 pontos.

Dos fatores que contribuem para essa situação temos,
principalmente: o pacote de redução do IPI, incentivo à linha branca e “o fato do 13° salário,
que sazonalmente tem mostrado um aumento no IEF no final do ano”, que contou ainda neste último caso
com um pacote extra de ajuda do governo que “refletiu positivamente na
expectativa das famílias”. Em fevereiro deste ano o Índice apresentou uma queda,
quando esteve com 67.2 pontos, tendo, finalmente, um leve aumentado no mês de
março, atingindo 67.7 pontos. Em miúdos, diz-se que não há uma queda na
expectativa das famílias e sim “que elas estão se mantendo estáveis”. Como comparação
com março de 2011, vale dizer que as expectativas das famílias eram de 65
pontos.

Em ordem de importância, a “região Centro-Oeste
tem se demonstrado a mais otimista”, demonstrando bastante dinamismo,
“em parte porque é uma… um componente Brasília/Distrito Federal aí. E
que… e que entra nessa estatística”, em parte por ser o centro
administrativo do Brasil. O índice do Sudeste e do Sul que tem
apresentado uma relação forte entre crescimento econômico e expectativa, somam
67.7 pontos – “os dois empatados hoje”. E depois segue a região Norte
e, finalmente, o Nordeste, esta a região que tem a menor expectativa (ainda
assim uma expectativa positiva), com 64.2 pontos.
Daí eu concluo, sem concluir, perguntando: qual a
relação entre o livro do competente Márcio Pochmann e o Índice
divulgado?  Bom, aqui acho melhor deixá-los, leitores, concluir por si
mesmos, com suas próprias convicções político-sociais. Mas, de uma coisa temos
certeza, neste país que “está na moda” e espero que não fique eternamente no
rol das “economias emergentes”, cresce o número de famílias entrando para a
classe média e, por enquanto, com boas expectativas. 


Ouça a apresentação do “Indicativo”, por André Calixtre









Onde você encontra o livro de Márcio Pochmann? Clique na imagem para saber.

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