Ah, como eu queria estar num Grenal…
Há sonhos que precisam ser realizados. Não dá para ir desta para uma melhor (?) sem concretizarmos coisas que, bem ou mal, podem estar ao nosso alcance. Por exemplo: eu sonhava em ter um filho e dar o nome de Roberto. Consegui. Sonhava conhecer Roma. Estive lá e quero voltar quantas vezes puder. Quando estudante, planejava ir a quantas Copas do Mundo fossem possíveis. Já estive em cinco.
Ainda na era do Pequeno Lédio, ali pelos 12, 13 anos, me irritava quando Carmonão não deixava eu ir ao estádio ver o meu time jogar. “Só acompanhado por um responsável”, ele dizia. Era raro aparecer um responsável. E só pensava em como seria mais fácil chegar à maioridade e não depender de ninguém para ser um torcedor independente. Cheguei lá.
Claro que há sonhos impossíveis. Cheguei a pensar em pedir Meg Ryan em casamento. Ou Natália do Vale, em seus tempos de ouro. Fugi da questão, com medo do “toco” que levaria. Ser vocalista de banda de rock ou centroavante. Nem tentei. Hoje, ainda tenho algumas vontades. Uma delas, talvez a maior delas em território nacional, seja assistir, in loco, a um Grenal.
Ah, como eu queria ver um Grenal no estádio! Tanto faria, Beira-Rio ou Olímpico. Adoro semanas de Grenal. Leio a Zero Hora, fuço blogs, me interesso por tudo, como se fosse um gaúcho. É eletrizante. Arrepia a atmosfera que cerca um Grenal, para mim o clássico de maior rivalidade no futebol brasileiro.
Cresci lendo Divino Fonseca e Lemyr Martins na Placar. Depois, trabalhei com os dois na mesma revista e pude ouvir deles histórias imperdíveis sobre o Grenal. Coisa de louco. Bastidores impressionantes. Sei que será difícil, um dia, comentar um Grenal. Meus colegas gaúchos são ótimos e já cumprem bem essa função. Eu só queria estar lá em pelo menos um. Na arquibancada. Ou na Tribuna de Imprensa. Vou conseguir. É um sonho factível. Pensei em ir lá nesse domingo. Pegaria Dona Patroa, Pequeno Bob e passaria um fim de semana em Porto Alegre.
Não deu. Amanhã, tem Campeonato Italiano. E domingo, na hora do Grenal, estarei no Engenhão, comentando Botafogo e Fluminense. Algo me diz que Grêmio x Internacional fará nova história nesse fim de semana. Desde que acompanho, lembro do salto de André Catimba, de Nilson e Maurício no Grenal do século, de Taffarel tomando frango no chute despretensioso de Jorge Veras…. E muito mais… O Grenal tem centenas, milhares de histórias.
Putz. Um dia eu chego lá. Já fiz tanta coisa. Posso dizer que sou feliz. Mas ainda preciso ver um Grenal no estádio. Que seja ao lado do Pequeno Bob.
Com certeza ele vai gostar.
PS2: as fotos são de Andre Catimba, na final de 1977, e de Nilson, apõs fazer o segundo gol no Grenal do Século.
Deixe um comentário