Estava lendo esse livro esses dias e quero muito recomendar. Uma ótima análise de Fábio Duarte Joly sobre a escravidão na Antiguidade, focada claro na Roma Antiga.
A ideia central desse livro é a de que, na Antiguidade romana, a escravidão era vista também como uma instituição social e política. No sentido de que a relação senhor-escravo tinha consequências para a organização sociopolítica da cidade e Império.
Isso porque os escravos, para além de serem mercadoria, continuavam “humanos”, ganhavam funções administrativas e tinham certas liberdades, diferente do que viria a ser a escravidão moderna, dos negros africanos escravizados.
O escravo na Roma Antiga, quando libertado por um cidadão romano podia vir a se tornar cidadão. Seus filhos poderiam ocupar cargos políticos.
No plano cultural, a relação senhor-escravo era utilizada conceitualmente para se pensar outras formas de exploração e subordinação. Isso porque a escravidão tinha a ver com a relação entre os romanos e os outros povos que o cercavam. Assim que uma das fontes da escravidão eram as guerras, onde os vencidos eram subjugados justamente por serem não-romanos.
Com todas esses pontos a proposta de Fábio Duarte Joly, no que diz respeito à Roma antiga, é de uma rediscussão do próprio conceito de “sociedade escravista”, ainda muito centrado num entendimento da escravidão como mera instituição econômica.
Em resumo, vale muito a pena adquirir o livro, que está em sua segunda edição pela Alameda Editorial.
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