O comet’inganni
Se pensi che gl’anni
Non hann’da finire,
Bisogna morire
[Como estás enganado
Se pensas que os anos
Não vão terminar
É preciso morrer]
É com estas palavras que começa a canção “homo fugit velut umbra”, uma dança macabra anónima do séc. XVII. Com todo o cortejo de desgraças que se deram no séc. XIV (epidemias, guerras, fomes), desenvolveu-se um intenso pessimismo. A dança da morte era uma alegoria que tratava da inevitabilidade da morte: fossem ricos, pobres, bons, maus, a todos no final ela estava reservada. Tendo diversas representações gráficas, as mais comuns era a de pessoas de todos os quadrantes da sociedade (jovens, belos, idosos, nobres, mendigos) a dançar numa roda com esqueletos.
As imagens aproveitavam para mostrar a futilidade da vida e do apego aos bens e glórias terrestres, devendo-se sobretudo obter bens espirituais (formando um maior contraste com a procura desesperada dos gozos terrenos de que as pessoas representadas pareciam tentar obter).
As imagens aproveitavam para mostrar a futilidade da vida e do apego aos bens e glórias terrestres, devendo-se sobretudo obter bens espirituais (formando um maior contraste com a procura desesperada dos gozos terrenos de que as pessoas representadas pareciam tentar obter).
Eram pintados afrescos, esculpidos relevos e compostas músicas com este tema. Ao longo do séc. XVII e XVIII, este género artístico iria ser progressivamente esquecido, sendo recuperado por vários músicos no séc. XIX (uma das músicas mais famosas seria a de Camille Saint-Saens) e XX.
Veja abaixo mais imagens da Idade Média retratando a Dança Macabra
Música sinistra, autor desconhecido.
Dança Macabra, por Bernt Notke (Lassan -Vorpommern, 1435 / Lübeck, 1508/09)
A Dança da Morte (Dagger sheath, 1521), por Hans Holbein
* Referências: Heróis e maravilhas da Idade Média e A Idade Média explicada aos meus filhos, de Jacques Le Goff; Tempore.
** Originalmente postado em 15/mai/2008.
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