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Absolutismo é um fenômeno europeu, implantado nos Estados nacionais modernos. Um regime em que o rei é a figura central, que busca autonomia e fortalecimento de seu reino. É um regime que perdurou até as primeiras décadas do século XX!

A seguir você pode assistir ao vídeo que fiz sobre o assunto ou você pode ler o texto que preparei.

O que foi o Absolutismo?

O Absolutismo foi um fenômeno europeu que surgiu como ideia e foi implantado nos Estados nacionais modernos. Esses Estados foram se unificando e buscando ampliação de território e centralização de poder desde o fim da Idade Média.

Quando falamos em Absolutismo, referimo-nos à busca pela concentração do poder nas mãos do rei, ao mesmo tempo em que ocorre a diminuição ou desaparecimento do poder de parlamentos, estamentos, cortes e nobres. O rei absolutista buscava tornar esses grupos meros funcionários administrativos do reino, sem capacidade de interferir em decisões ou impor vontades coletivas.

Mesmo grupos reduzidos, como a nobreza e o clero, fossem eles católicos ou protestantes, estavam sujeitos a essa centralização.

Para que o Absolutismo fosse possível, segundo seus teóricos, o rei deveria ser o centro, e o reino precisava ser forte, unificado e autocrático. Ou seja, o rei devia ter seu poder assegurado e o reino ter autonomia em relação aos demais reinos da Europa.

Na formação desses Estados Nacionais, há uma relação especial com o Sacro Império Romano-Germânico, um aglomerado de príncipes e territórios herdados de Carlos Magno. A ideia desse império era que os príncipes fossem eleitores que escolhiam o Imperador.

No entanto, diferentemente do Império Romano, o Imperador não tinha poder total, sendo mais uma figura representativa que dependia de reuniões com os reis dos vários territórios e reinos. Essas reuniões, chamadas Dietas, tomavam decisões importantes e resolviam problemas regionais, quando não eram resolvidos por meio da guerra.

O Absolutismo se chocava com o Sacro Império, pois aumentava o poder e a autonomia de determinados reinos. Com o Absolutismo, os reinos buscaram autonomia, e os reis buscavam ter controle inquestionável sobre seus territórios.

No entanto, houve limites ao Absolutismo, e seus objetivos nunca foram totalmente alcançados. A França foi o país que mais avançou no Absolutismo, especialmente no século XVIII, com o rei Luís XIV, que se autoproclamou “Rei Sol”, simbolizando que todos os estamentos franceses orbitavam ao seu redor como simples funcionários ou “escravos”, especialmente os camponeses.

Outros reinos também adotaram medidas absolutistas de governo, como a Suécia, Dinamarca e diversos reinos germânicos, que futuramente formariam a Alemanha. Apesar dos avanços, havia resistência ao Absolutismo, tanto por parte da nobreza, que perdia poder e se tornava parte acessória do executivo real, quanto da burguesia.

A burguesia inicialmente apoiou a unificação dos reinos europeus, mas, vendo suas pretensões políticas não concretizadas, partiu para a ação revolucionária, como na Revolução Francesa de 1789. Nessa revolução, a burguesia, aliada ao Terceiro Estado, derrubou o rei Luís XVI e instaurou uma república após sua execução.

O Absolutismo no resto da Europa

Para além da França, outros reis absolutistas procuraram se adaptar ao avanço das ideias iluministas, caracterizando o Despotismo Esclarecido. Esse governo absoluto utilizava a razão e o conhecimento para promover reformas sociais e abrir espaço para a ciência e as artes, sem abrir mão do poder absoluto nem tolerar oposição.

Exemplos de déspotas esclarecidos incluem Catarina II da Rússia, Frederico II da Prússia, José II da Áustria e Leopoldo II da Toscana. Embora esses reis tenham promovido melhorias econômicas e sociais, seus governos também foram marcados por violência, opressão e falta de liberdade, com forte censura à imprensa e perseguição a adversários políticos.

Resumindo, o Absolutismo foi uma teoria e prática política adotada com sucesso variável em diversos reinos da Europa. Sua influência começou a ser abalada no fim do século XVIII, especialmente após a Revolução Francesa, e deixou resquícios até as primeiras décadas do século XX, com a Rússia de Nicolau II sendo o último império absolutista, destruído pelas revoluções de 1905 a 1917.

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Linhagens do estado absolutista, Perry Anderson

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