Avatar de Jose A. Fernandes

Compartilhe esse conteúdo

Classificar post



Publicado em 1949, no Jornal do Dia, do Rio Grande do Sul, esse poema perfilha tradicionalismos, pra louvar o chimarrão e a Revolução de 1935 farroupilha.



Amargo doce que eu sorvo
Num beijo em lábios de prata!
Tens o perfume da mata
Molhado pelo sereno,
E a cuia, seio moreno,
Que passa de mão em mão,
Traduz no meu chimarrão
Em sua simplicidade
Da gente do meu rincão!


Trazes à minha lembrança,
Neste teu sabor selvagem,
A mística beberagem,
Do feiticeiro charrua;
O perfil da lança nua
Encravada na coxilha,
Apontando, firme, a trilha
Por onde rolou a história
Empoeirada de glória
Da tradição Farroupilha!


Em teus últimos arrancos,
No ronco do teu findar,
Ouço um potro corcovear
Na imensidão deste Pampa!
Reboando nos confins
A voz febril dos clarins
Repinicando: “Avançar!”
Então me fico a pensar
Apertando o lábio assim
Que o amargo que está no fim,
Que a seiva forte que eu sinto
É o sangue de 35
Que volta verde p’ra mim!!!


Jornal do Dia (RS), 4 de novembro de 1949, p. 5 (disponível no site da Biblioteca Nacional Digital).


Se estiver recebendo a mensagem pelo e-mail, clique aqui para assistir


Se gosta de mate, clique na imagem abaixo para adquirir uma infinidade de produtos relacionados!
chimarrão acessórios
Clique aqui!

Compartilhar:

Tagged in :

Avatar de Jose A. Fernandes

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

  1. Avatar de Anônimo
    Anônimo

    Pois agora, buscando outras versões, encontro outras menções a Glaucus Saraiva. Ora veja!

  2. Avatar de Anônimo
    Anônimo

    E não consegui conferir o jornal porque o site da Biblioteca Nacional é uma b0st4, mas sempre acreditei (e incontáveis fontes ratificam) que a payada é do Jayme Caetano Braun (que a gravou); nada de Glaucius.

  3. Avatar de Anônimo
    Anônimo

    Me parece faltar o penúltimo verso da 1a estrofe, "A velha hospitalidade".

  4. Avatar de José A. Fernandes

    Verdade, já corrijo… obrigado!

  5. Avatar de Anônimo
    Anônimo

    …Nesse teu sabor selvagem
    A mística BEBERAGEM…

error: O conteúdo desse site é protegido! Caso precise de alguma informação ou ajuda entre em contato