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Capoeira. Rugendas, Le Brésil, 1839.

Aluno Caio Henrique Reblin

Era uma vez um escravo normal, trabalhava, sofria, tinha saudades da família, passava fome e tudo tal. Esse era eu. Eu ficava trabalhando com os meus amigos escravos quase o dia inteiro e quando podíamos dormir era uma felicidade só. A fome era imensa. Quando eles traziam comida, alguns de tanta fome roubavam mais comida dos outros escravos. 

Durante a noite eu sonhava com a minha família, porque a saudade era imensa. Todos os escravos sonhavam em ter a família de volta. Então o sofrimento lá na senzala era enorme: alguns morriam, a maioria pegava doenças, e eu ainda tinha uma vida, trabalhava até a hora certa, a comida me sustentava, a água também e sempre dormia o tempo necessário. O meu maior sofrimento era a saudade da família. 

Nós escravos resistíamos muito, mas tinha hora que não dava mais, então nós inventamos uma dança com luta: a capoeira. Muitos escravos usaram a capoeira para fugir porque o trabalho era em más condições, comida e água muitas vezes não sustentava e outras coisas mais. Mas tinha alguns que não apoiavam a capoeira. 

Eu fugi da senzala quando ouvi falar que existia uns quilombos por perto. Daí outros escravos concordaram de fugir comigo. E um dia depois disso teve um ataque dos holandeses e os nossos chefes estavam meio ocupados com os holandeses. E daí em uma noite eu e mais 40 escravos fugimos para o quilombo dos Palmares. A vida lá era boa, a gente trabalhava pouco, comia direito, tinha higiene boa e descansava bem. 

Um ano depois o quilombo dos Palmares era o maior quilombo do Brasil. Até que dia 6 de fevereiro de 1694 o quilombo foi incendiado pelo grupo de um mercenário chamado Jorge Velho. 

Eu sobrevivi e agora estou aqui bem de vida e contando isso para você.

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