Iván Marquez fala à imprensa em Havana, 20/12/12.
Foto de Reuters.
As negociação entre o Governo e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) seguem, lentamente mais seguem. Dos cinco pontos a serem discutidos, os diálogos ainda se encontram no primeiro: o agrário. O presidente do país Juan Manuel Santos estipulou novembro de 2013 como prazo para o fim das negociações e a chegada à um acordo, isso é, exatamente um ano após a reunião em Cuba que marcou o seu início.
A coisa é tão séria e tensa que o presidente do país vê um futuro de muitos mais anos de conflito caso fracassem as negociações, afirmando que “a alternativa é continuar muitíssimos anos mais trocando tiros, como temos feito nos últimos 50 anos”[1].
Claro que nem todos pensam exatamente como o presidente, como podemos ver em um texto recente de Fernando Londoño Hoyos, no jornal El Tiempo de Bogotá. Segundo ele a guerrilha já está “derrotada”, ou pelo menos sem sentido e sem um líder, sobrando “unos grupos de delincuentes aislados, sin sentido de pertenencia, sin fe, sin noción de unidad y sin mando“. O que ele e outros opositores das FARC querem é que 2013 traga não um acordo, mas a vitória definitiva, o que na verdade segundo ele seria apenas uma questão de reconhecimento, afinal a guerrilha já está vencida.
Apesar do Governo não oferecer trégua por seu lado, os líderes das FARC o fizeram. Pelo menos até 20 de janeiro, como demonstração de boa vontade, estão suspensas as ações ofensivas e de sabotagem dos guerrilheiros, o que não acontece com os subalternos de Santos, que tem ordens para continuar as ofensivas. As FARC, através de seu negociador-chefe Iván Marquez, protestaram: “Em contraste com nossa atitude de humanidade, o presidente Santos anuncia que intensificará a guerra em todo o território nacional; uma insensatez que não está em sintonia com o clamor majoritário da nação” (grifo meu).
As negociações estão em recesso e retornarão no dia 14 de janeiro, mas, como visto as ofensivas do Governo seguem. Resta saber se o presidente vai continuar negociando ou se vai seguir a linha dos que acreditam que as FARC é apenas uma “galinha morta” que poderá ser “chutada” das memórias históricas colombianas.
Informações tiradas de: Reuters, G1.com e El Tiempo
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