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E-book grátis! “Defesa nacional para o século XXI”

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O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) lançou no dia 6 de dezembro de 2012 o livro Defesa nacional para o século XXI: política internacional, estratégica e tecnologia militar, organizado por Edson B. da Silva Filho e Rodrigo Fracalossi de Moraes. Trata-se de uma reunião de artigos de especialistas que buscou atualizar o debate sobre segurança em nível mundial, traçando os caminhos possíveis para o Brasil trilhar nos próximos anos. O interessante disso é que o livro pode ser baixado gratuitamente, encontrando-se disponível na página de e-books do blog.


Abaixo segue a Apresentação escrita pelo atual presidente do IPEA, Marcelo Côrtes Neris:

Após um longo
período de menor prioridade na agenda política de sucessivos governos, em
virtude das dificuldades tanto econômicas quanto institucionais enfrentadas
pelo Estado brasileiro, o tema da Defesa Nacional adentra o século XXI com
novos e urgentes desafios, mas também com promissoras perspectivas. Superadas
as principais restrições econômicas enfrentadas pelo país, bem como outras de
caráter institucional e político, o Brasil logrou alcançar uma posição de maior
destaque no cenário internacional. Contudo, em que pese o ambiente de otimismo
vivenciado no país, assim como o reconhecimento pelo restante do mundo da
importância da participação brasileira nas decisões acerca dos rumos da ordem
internacional, a crescente necessidade de incorporar o país nas questões
internacionais de vulto exige a recuperação dos temas da Defesa Nacional e da
segurança internacional como prioridades no debate político no país.
Algumas
conquistas nesta área demonstram a crescente importância do tema na agenda de
políticas públicas do governo brasileiro, embora um longo caminho ainda
necessite ser trilhado. Entre as transformações ocorridas no setor em período
recente, destacam-se, primeiramente, as de natureza institucional. A Política
de Defesa Nacional (PDN), apresentada pela primeira vez em 1996, reformulada em
2005 e, no momento, em processo de atualização (sob o nome de Política
Nacional de Defesa),
estabelece os elementos basilares que dão direção e escopo às ações do Estado,
visando proteger o país contra ameaças externas. A criação do Ministério da
Defesa (MD), em 1999, foi passo essencial na direção de um novo modelo de
políticas públicas para o setor, que passou a ser implementado de forma mais articulada
e democrática. Em 2008, a Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) e o MD
elaboraram conjuntamente a Estratégia Nacional de Defesa (END) (no momento em
processo de atualização), documento focado em ações de médio e longo prazos e
destinado a ampliar e fortalecer a capacidade de defesa do país. No ano de 2010
foi publicada a Lei Complementar no 136, que reforçou o poder do MD e criou o
Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, além de ampliar a abrangência e a
profundidade das ações sob a responsabilidade das Forças Armadas na fronteira
terrestre, no mar e nas águas interiores no que diz respeito ao combate a
delitos transfronteiriços e crimes ambientais. Em 2012, após um amplo debate
junto à sociedade civil, o governo brasileiro trabalha na elaboração do Livro
Branco da Defesa Nacional (LBDN), que visa tornar público os rumos da Defesa
Nacional para as próximas décadas de forma coerente, transparente e
democrática

Defesa
Nacional para o Século XXI: política internacional, estratégia e tecnologia
militar

Para além da
evolução do marco legal e político, a Defesa Nacional vivencia amplas
transformações materiais, no bojo dos programas de reestruturação e
modernização 
das Forças
Armadas. São estes: o Plano de Articulação e Equipamento da Marinha do Brasil
(PAEMB), no âmbito do qual se destacam o Sistema de Gerenciamento da Amazônia
Azul (SisGAAz), o Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB) e o
Programa de Obtenção de Meios de Superfície (Prosuper); a Estratégia Braço
Forte, que orientará os investimentos do Exército até 2030 e que apresenta,
dentre outras iniciativas, o Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras
(SisFron) e o projeto da Viatura Blindada de Transporte de Pessoal – Média sobre
Rodas (VBTP-MR); o Plano Estratégico Militar da Aeronáutica (Pemaer), que
inclui o Sistema de Defesa Aeroespacial Brasileiro (Sisdabra) e o Programa de
Aquisição de Caças de Superioridade Aérea (conhecido como FX-2); e o Plano de
Articulação e Equipamento da Defesa (PAED), com o objetivo de consolidar e harmonizar
as ações de modernização das Forças Armadas. 

No âmbito
internacional, o Brasil tem buscado novos parceiros estratégicos para a
consecução de seus objetivos na área da defesa, além de intensificar o diálogo
com seus vizinhos no entorno sul-americano. Os acordos de cooperação firmados
nas áreas de defesa e segurança internacional possibilitam, dentre outras vantagens:
a incorporação de tecnologias que o país ainda não domina; o estabelecimento de
parcerias para a produção de equipamentos militares; e a consolidação da
confiança mútua, particularmente com os vizinhos sul-americanos.

A Defesa
Nacional, portanto, experimenta um momento ímpar, em que as preocupações acerca
dos riscos inerentes à deterioração das capacidades do país nas últimas
décadas, bem como da incerteza quanto ao novo papel a ser desempenhado pelas
Forças Armadas após a redemocratização, aos poucos se dissipam ante a
perspectiva de retomada do interesse de governantes e da sociedade civil pelo
tema. Ao longo das próximas décadas, a participação conjunta dos diferentes segmentos
da sociedade em prol de uma política efetiva e democrática de Defesa Nacional
permitirá não apenas assegurar o reequipamento e a ampliação da capacidade operacional
das Forças Armadas, mas também o fortalecimento institucional de uma área vital
para o futuro do país.

Marcelo
Côrtes Neri
Presidente
do Ipea






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