Venho pensando sobre uma questão muito importante num país como o Brasil e que, se for pensada com calma, é bem polêmica também: edifícios históricos. O que me deixou com algumas perguntas: preservar? não preservar? quais preservar?
Não quero dizer que sou contra preservações de monumentos e imóveis históricos, trata-se de outra coisa aqui. O fato é que, se repararem, os edifícios que são preservados estão muito mais ligados a uma “classe de posses”, a uma elite dominante, do que ao resto muito mais numeroso da população. Para além de alguns edifícios oficiais, aqueles que serviram por algum tempo ao serviço público, que vem sendo restaurados e abertos à visitação também, o que temos preservados para rememorar são, entre outros, especialmente casas de famílias “tradicionais”, casarões e sobrados.
Ainda sobre cultura material imóvel, claro que historiadores e professores devem procurar isenção, mas isso nem sempre funciona na prática. Ainda mais em questões cujo assunto central provoca polêmica. Se formos pegar alguns exemplos do que estou dizendo, tomando os que são próximos ou familiares para mim atualmente, teremos: as casas de madeira sobreviventes na Colônia Agrícola Nacional de Dourados (a CAND), na região de Dourados, MS; os sambaquis do litoral, depredados por uns e “saqueados” por outros; e as casas históricas de Jaraguá do Sul e Joinville, que vem sendo restaurados.
Um exemplo de prédio histórico de Jaraguá do Sul, SC, pode ser visto por quem vai para o centro da cidade, passando com alguma frequência pela Casa Horst (veja imagem logo abaixo), da década de 1920, que vem sendo restaurada com recursos públicos e dos proprietários.
Lembro que recentemente alguns amigos no Facebook também compararam a Usina Velha de Dourados-MS, em situação de descaso, com o Coliseu, muito bem preservado em Roma, na Itália, como segue a imagem.
Finalmente, mais uma imagem que se encaixa aqui no rol de prédios históricos sendo restaurados no Brasil: trata-se do prédio da antiga Faculdade de Direito de Natal, RN, construído em 1908 (que ilustra a foto de início dessa postagem também.
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