Poster do filme,
onde se pode ler “…e o terror vem do leste”.
Um tempo atrás eu vi no Café História uma dica de cinema, dessas parecidas com o que venho fazendo aqui no blog, que me chamou a atenção. Tratava-se de uma co-produção romeno-francesa-luxemburguesa intitulada Casamento silencioso, de 2008, dirigido por Horatiu Malaele.
A princípio fiquei mais curioso que qualquer outra coisa, mas depois de assisti-lo confesso que fiquei encantado. Muitos amigos já ouviram de mim sobre esse filme e queria hoje compartilhá-lo com vocês também.
Trata-se de uma oportunidade e tanto para pensar sobre diversos aspectos da história da União Soviética e dos países anexos ao sistema centralizado em Moscou, neste caso a Romênia, tais como: repressão; centralização do poder; controle de mentes; possibilidades e resistências. Prova das possibilidades de trabalho para os professores é que já usei-o em uma aula na Faculdade Vale do Aporé (em Cassilândia, MS) e tive um retorno muito bacana por parte dos alunos.
A história começa nos dias atuais, quando uma equipe de reportagem de um programa sobre eventos paranormais resolve visitar um “fantasmagórico” vilarejo romeno onde só há mulheres. Esse é o mistério que envolve o filme, que partir daí faz uma viagem ao passado, à década de 1950, época do casamento que dá título ao filme.
A festa e a proibição, uma questão de instantes
Trata-se de uma trama que mescla brilhantemente humor com suspense, sem escapar o drama de uma etnicidade romena dominada pela russa. É a mostra de um domínio de “vanguarda”, que raramente é questionado, exceto por uma ocasião tão significativa à pacata vila: um casamento. O oposto disso é uma ocasião igualmente muito significativa, pelo menos formalmente, para a totalidade dos comunistas, desafortunadamente coincidente com o evento matrimonial: a morte de Josef Stálin.
Representante do partido comunista anuncia o falecimento de Stálin
e o luto oficial de 7 dias
Em resumo, por motivo da morte do líder “inquestionável”, ficaram proibidos “casamentos, manifestações religiosas e mesmo velórios”.
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