Poderia ser só mais um filme sobre campos de concentração, mas NÃO É. Tentamos nessa postagem mostrar o porquê, além de mostrar do que se trata e se vale a pena assistir.
Entretanto, a primeira novidade que pode ser apontada é quanto à origem da produção. A Netflix, junto com outras “locadoras virtuais”, tem criado um caminho de divulgação para filmes e séries que não são feitas nos Estados Unidos, o que vem quebrando o domínio que por muito tempo parecia quase monopolístico de Hollywood e seus associados. As produções que vem ganhando espaço tem origens variadas, desde a Alemanha, que vem produzindo, por exemplo, a complexa – e por vezes confusa – mas popular série Dark, até a Espanha, de onde sai e é ambientado o seriado da garotada, La Casa de Papel. Além disso, uma das coisas legais dessas produções é que elas são feitas, geralmente, na língua desses país, o que, na minha opinião já enriqueceria muito a cultura midiática atual.
No caso de O Fotógrafo de Mauthausen, lançado em 2018, mais uma vez a história é baseada em fatos reais. Outra de suas novidades é que nele não parte e nem foca nas histórias dos judeus, mas sim nos confinamentos e tratamentos dados sobretudo aos espanhóis que haviam lutado na Guerra Civil desse país e que durante a Segunda Guerra Mundial se encontravam no campo de concentração de Mauthausen.
No meio desse contexto, o filme conta a história do fotógrafo Francesc Boix (vivido por Mario Casas), um jovem espanhol que por possuir o talento da fotografia tinha “tratamento privilegiado” no campo, assistindo e ajudando o fotógrafo oficial nazista Paul Ricken (Richard van Weyden) a registrar todas as “encenações” feitas pelos alemães em torno do dia a dia e especialmente das mortes que são mascaradas e cenas de crimes que são maquiadas para “gentes buenas” verem.
Conforme a Alemanha percebia que perderia a guerra, começou a destruir os vestígios de suas atrocidades em todos os campos de concentração que mantinha (que não eram poucos). Nesse sentido é que Boix se tornaria fundamental na história (real e fictícia) de Mauthausen, porque propôs como missão pessoal e passou a planejar e executar com seus amigos formas de preservar os registros fotográficos. O resultado de algumas das “obras” que ele fora forçado a criar e que conseguiu preservar estão abaixo (clique nelas para ampliar).
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