Jaime Pinsky é um grande historiador, preocupado com questões diversas – desde a Antiguidade geral até a atualidade do Brasil -, além de ser fundador e editor da respeitada Editora Contexto.
Jaime Pinsky nasceu em Sorocaba, interior de São Paulo, em 6 de dezembro de 1939. Nessa mesma cidade estudou em escola pública. Entrou no curso de História em 1961, na Universidade de São Paulo (USP), onde também fez pós-graduação e doutorado em 1968, tendo defendido sua livre-docência na mesma USP em 1978.
Como professor começou em Assis, na Universidade Estadual de São Paulo (Unesp), tendo também lecionado na USP e, finalmente, foi para a Unicamp, onde deu aulas de 1975 a 1991, ano em que aposentou-se como professor titular. Ele também desenvolveu atividades em diversas universidades dos Estados Unidos, do México, de Porto Rico, de Cuba, da França e de Israel.
Como dissemos, Jaime Pinsky foi por muito tempo professor titular da Universidade de Campinas (Unicamp), mas deixou a mesma para se dedicar à editora Contexto. Criada em 1987, dela ele foi o fundador e primeiro diretor, no momento atuando como editor de conteúdo.
Como autor/historiador ele é dono de uma obra vasta e muito interessante, que inclui dezenas de livros e artigos, publicados no Brasil e fora dele. Entre seus livros constam textos acadêmicos, materiais didáticos, paradidáticos e coletâneas. Os temas são bastante variados, espalhados pelas áreas de História Antiga, Medieval, Moderna e Contemporânea, com espaço para História Judaica e sobre diversos temas de História do Brasil, Teoria da História e Ensino de História.
Mais de uma vez ele já discutiu sobre o Brasil e a América, lançando olhares em perspectiva, dando atenção especial a temas importantes, tais como “escravidão”, “preconceito”, “Estado”, “burguesia”, o “brasileiro”, a “cidadania”, a “educação”, o “turismo” e o “patrimônio”. Sozinho ou com outros colegas, já se perguntou se “o Brasil tem futuro” ou se “tem jeito”. Lançou inclusive com outros, recentemente, reflexões sobre “o Brasil que queremos”.
Para além de nossas fronteiras americanas, ele já falou sobre as primeiras civilizações, sobre os judeus e sobre o Egito. Já refletiu sobre o “modo de produção feudal” e sobre os “modos de produção na Antiguidade”.
Mas, dentre os temas que tem lhe ocupado, encontramos questões fundamentais sobre educação, sobre o ensino de História, sobre o livro didático e sobre o mercado editorial. Tem se preocupado com a História entre os alunos, a História na sala de aula, chegando a pergunta mais importante para nós professores/pesquisadores: Por que gostamos de história? Para ele “todo mundo gosta de História”, só precisa saber que parte dela.
Além de pesquisador, é um grande divulgador de conhecimentos. Como ele próprio disse em entrevista recente, sua preocupação – o que acabou virando preocupação de sua editora – é que “os historiadores com muita frequência escrevem para seus colegas da academia, que pouco escrevem para dar um retorno à sociedade”. Nesse sentido concordamos com ele quando diz que o conhecimento produzido na academia precisa ultrapassar suas fronteiras e circular. Nessa acessibilidade é que pode ser inserida a sua escrita ao longo de sua trajetória, como sendo rica, de fácil compreensão, mas sem perder em qualidade e rigor.
Ele é casado com a também historiadora Carla Bassanezi Pinsky, com quem já publicou ou organizou livros interessantes, tais como História da Cidadania e Faces do Fanatismo.
* originalmente postado em 9/maio/2020
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