A URSS possuía uma rede de campos de trabalho forçado conhecidos como Gulags. Conheça os piores GULAGS da URSS.
Durante sua existência a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) foi construindo e organizando uma ampla rede de campos de trabalho forçado. Com o tempo eles ganharam o nome de Gulags ou gulagues, que significam Administração Geral dos Campos (Glavnoe Upravlenie Lagerei).
Para eles eram enviados monarquistas, anarquistas, social-democratas, socialistas revolucionários e uma série de outros grupos políticos. Em geral essas pessoas eram consideradas “contra-ventoras”, “contra-revolucionárias”, “inimigas da revolução” ou “inimigas da pátria”. Nisso inclui-se um grande número de massas contra os kulaks (camponeses que resistiam ao comunismo), sacerdotes e Guardas Brancos (que lutaram contra os vermelhos comunistas na Guerra Civil Russa (1918-1921).
As estimativas do número de presos no Gulag no final dos anos trinta variam entre 3.000.000 (Timasheff, Bergson, Wheatcroft) e de 9 a 10.000.000 (Dallin, Conquest, Avtorkhanov, Rosefielde, Solzhenitsyn). Milhares desses morreram cumprindo pena.
Eram encaminhadas para esses espaços para pagarem suas penas ou “serem corrigidas”. O que significava serem usadas trabalhos forçados, fosse na construção de canais (como o Canal do Mar Branco), ferrovias, extração de matérias primas e produção industrial.
Nesse contexto alguns Gulags se destacam por um ou outro motivo. Conheça então piores GULAGS da URSS.
Antes de continuarmos, uma dica de livro interessante…
Arquipélago Gulag – Um experimento de investigação artística (1918-1956) , obra-prima do russo Aleksandr Soljenítsyn (1918-2008), prêmio Nobel de Literatura, foi escrita clandestinamente entre 1958 e 1967.
Para contar a história, construída a partir do testemunho de 227 sobreviventes dos campos do Gulag, na União Soviética, Soljenítsyn precisou montar uma verdadeira operação secreta. Passou duas temporadas em um sítio na Estônia, longe da vigilância soviética, onde escreveu a maior parte do texto. Com o manuscrito pronto, aquartelou-se em uma casa de campo próxima a Moscou, onde revisou, datilografou e microfilmou cada página em 1968. Uma cópia foi entregue a uma amiga francesa, que naquele mesmo ano contrabandeou o livro para fora da cortina de ferro.
Esta edição da obra foi traduzida diretamente do russo a partir da última versão do livro ― condensada, apesar de ter perto de 700 páginas. Esse trabalho foi realizado por Natália Soljenítsyna, a pedido do próprio autor, com o intuito de atrair novos leitores, já no final da vida. Os três volumes originais foram reduzidos a um só, preservando a estrutura de capítulos da obra original. A capa foi desenhada por Mateus Valadares.
Kolimá ou Kolyma
Quando se fala em campo de trabalho forçado, Kolyma com certeza se destaca. Se tratava de uma mina de ouro, onde as condições de trabalho e de vida era das mais severas.
Ficava situado no nordeste da Sibéria, numa das regiões mais inóspitas, onde o frio pode chegar a menos 50º. A cidade mais famosa, a capital, era Magadan.
O ouro ali extraído era vendido direto para o Ocidente, em troca de tecnologias e máquinas que a URSS precisava para seu desenvolvimento, especialmente nas primeiras décadas após a Revolução Comunista de 1917.
Não há um número exato dos que morreram trabalhando em Kolyma, mas Robert Conquest, autor de O Grande Terror, estima que cerca três milhões pessoas morreram nos campos de Kolyma.
O escritor Varlam Chalámov (1907-1982) cumpriu pena por quase duas décadas em Kolyma, cavando buracos, abrindo estradas e quebrando pedras. Ao final desse período, retornou a Moscou e já no ano seguinte começou a escrever Contos de Kolimá. Além deste primeiro volume tem-se mais cinco, constituindo uma obra monumental, com mais de 2 mil páginas.
Katorga
Outro gulag famoso é o de Katorga – que aliás era o nome do sistema prisional antes do gulag. Nesse caso, uma colônia penal que já existia antes dos comunistas fazerem a revolução, foi criada no século XVII por Pedro I.
Stálin reativou a colônia penal e intensificou seu uso, tornando-a notória no período conhecido como Grande Terror (1937-1939). Era mais um campo de trabalho forçado que ficava na fria e distante Sibéria.
Katorga é caracterizado por sua longa jornada de trabalho e condições duras. Ele servia para extração subterrânea de carvão, ouro e também mineração de estanho.
A princípio Katorga era usada para pessoas ligadas ao nazismo, mas com o tempo passou a abrir prisioneiros condenados como “inimigos da pátria soviética”.
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