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Se você ainda está se perguntando quais os livros que são pedidos no vestibular da USP desse ano, aqui você encontra a lista, com breve resenha de cada livro.
A Fuvest é um dos vestibulares mais concorridos do Brasil. Ele dá acesso à Universidade de São Paulo (USP), renomada universidade brasileira.
Segundo pesquisa do Times Higher Education (THE), da Grã-Bretanha, a USP é a melhor universidade da América Latina.
Em setembro de 2023, a USP também apareceu como a maior produtora de pesquisa científica na América Latina segundo o ranking do QS Quacquarelli Symonds.
Por esses e outros motivos, o Fuvest seja tão concorrido.
Para o vestibular 2025, que começa em 15 de novembro de 2024, a lista de leituras obrigatórias é a seguinte:
- “Marília de Dirceu“, de Tomás Antônio Gonzaga
- “Quincas Borba“, de Machado de Assis
- “Os ratos“, de Dyonélio Machado
- “Alguma Poesia“, de Carlos Drummond de Andrade
- “A Ilustre Casa de Ramires“, de Eça Queirós
- “Nós matamos o cão tinhoso!“, de Luís Bernardo Honwana
- “Água Funda“, de Ruth Guimarães
- “Romanceiro da Inconfidência“, de Cecília Meireles
- “Dois irmãos“, de Milton Hatoum
Segue uma breve resenha de cada um desses livros. Uma visão geral de cada obra e destacam suas principais características e temas.
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“Marília de Dirceu”, de Tomás Antônio Gonzaga
“Marília de Dirceu” é uma obra clássica do arcadismo brasileiro, escrita por Tomás Antônio Gonzaga.
Dividido em três partes, o livro é uma coleção de liras que retratam o amor do poeta por sua musa, Marília.
A obra é marcada por um tom pastoral e idealizado, refletindo os valores do arcadismo, como a simplicidade da vida no campo e a busca pela harmonia com a natureza.
A linguagem é rica e elegante, e as emoções expressas nas poesias são intensas e genuínas. Gonzaga também insere elementos autobiográficos e históricos, uma vez que escreveu parte das liras durante seu tempo na prisão, acusado de participar da Inconfidência Mineira.
“Marília de Dirceu” permanece uma leitura fundamental para compreender a literatura e a cultura do Brasil colonial.
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“Quincas Borba”, de Machado de Assis
“Quincas Borba” é uma das obras-primas de Machado de Assis, pertencente à sua fase realista.
O romance narra a trajetória de Rubião, um provinciano que herda a fortuna e a filosofia de Quincas Borba, o Humanitismo. Ao se mudar para o Rio de Janeiro, Rubião se envolve em uma série de desventuras que revelam a hipocrisia, a ambição e a loucura humana.
A narrativa é marcada pela ironia mordaz de Machado de Assis e pela profundidade psicológica de seus personagens. O autor utiliza a história de Rubião para criticar a sociedade brasileira do século XIX, explorando temas como o poder, a traição e a ilusão.
“Quincas Borba” é uma leitura essencial para os amantes da literatura clássica e para aqueles que desejam entender melhor a complexidade da alma humana.
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“Os ratos”, de Dyonélio Machado
“Os ratos” é um romance de Dyonélio Machado que se destaca pela sua narrativa tensa e realista.
Publicado em 1935, o livro conta a história de Naziazeno Barbosa, um funcionário público que enfrenta um dia angustiante em busca de dinheiro para pagar uma dívida urgente.
O romance é uma crítica à opressão econômica e social, explorando o desespero e a alienação do indivíduo diante das dificuldades financeiras.
A prosa de Dyonélio Machado é direta e incisiva, capturando a atmosfera claustrofóbica da vida urbana.
“Os ratos” é uma obra impactante que oferece um olhar profundo sobre a luta pela sobrevivência em um contexto de desigualdade e injustiça.
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“Alguma Poesia”, de Carlos Drummond de Andrade
“Alguma Poesia” é a obra de estreia de Carlos Drummond de Andrade, um dos maiores poetas brasileiros.
Publicado em 1930, o livro é um marco do modernismo brasileiro, apresentando uma poesia inovadora e pessoal. Os poemas de Drummond são caracterizados pelo uso do verso livre, a linguagem coloquial e a ironia fina. Temas como a solidão, a passagem do tempo e a angústia existencial permeiam a obra, refletindo as inquietações do poeta.
“No meio do caminho”, um dos poemas mais conhecidos do livro, exemplifica a capacidade de Drummond de transformar o cotidiano em matéria poética.
“Alguma Poesia” é uma leitura indispensável para quem deseja explorar a riqueza e a originalidade da poesia brasileira.
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“A Ilustre Casa de Ramires”, de Eça de Queirós
“A Ilustre Casa de Ramires” é um romance de Eça de Queirós, um dos grandes nomes da literatura portuguesa.
Publicado postumamente em 1900, o livro narra a história de Gonçalo Mendes Ramires, um fidalgo decadente que decide escrever um romance histórico sobre os feitos heroicos de seus antepassados para restaurar a honra de sua família.
A obra é uma sátira mordaz da aristocracia rural portuguesa e uma reflexão sobre a identidade nacional.
Eça de Queirós utiliza sua prosa elegante e detalhada para tecer uma crítica social afiada, explorando temas como a hipocrisia, a vaidade e a decadência.
“A Ilustre Casa de Ramires” é um romance profundo e envolvente, que oferece um retrato vívido da sociedade portuguesa do século XIX.
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“Nós matamos o cão tinhoso!”, de Luís Bernardo Honwana
“Nós matamos o cão tinhoso!” é uma coletânea de contos do escritor moçambicano Luís Bernardo Honwana, publicada em 1964.
Os contos são ambientados no contexto colonial de Moçambique e exploram temas como a opressão, a resistência e a luta pela identidade.
A linguagem de Honwana é lírica e evocativa, capturando as nuances da vida cotidiana e as complexidades das relações sociais.
O conto que dá título ao livro é uma narrativa poderosa sobre a crueldade e a inocência, mostrando como a violência pode marcar profundamente a vida de uma criança.
“Nós matamos o cão tinhoso!” é uma obra essencial para entender a literatura africana de língua portuguesa e a experiência colonial.
Leia também Livros e autores brasileiros sobre a IDADE MÉDIA
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“Água Funda”, de Ruth Guimarães
“Água Funda” é um romance de Ruth Guimarães, publicado em 1946. A obra é ambientada no interior de Minas Gerais e narra a vida de uma comunidade rural, explorando suas tradições, crenças e conflitos.
A prosa de Ruth Guimarães é rica em detalhes e profundamente enraizada na cultura popular brasileira.
O romance é uma celebração da vida simples e uma crítica à modernização que ameaça destruir as raízes culturais.
Os personagens são complexos e bem desenvolvidos, e a narrativa é permeada por um lirismo que evoca a beleza da paisagem e a sabedoria dos antigos.
“Água Funda” é uma obra que oferece um olhar sensível e profundo sobre a vida no campo e a importância de preservar as tradições.
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“Romanceiro da Inconfidência”, de Cecília Meireles
“Romanceiro da Inconfidência” é uma obra poética de Cecília Meireles, publicada em 1953.
O livro é uma recriação lírica dos eventos da Inconfidência Mineira, uma tentativa de revolta contra o domínio português no Brasil colonial.
A poesia de Cecília Meireles é delicada e musical, e ela utiliza formas tradicionais como o romanceiro para contar a história dos inconfidentes.
A obra é uma homenagem à luta pela liberdade e uma meditação sobre a memória e a identidade nacional.
“Romanceiro da Inconfidência” combina a precisão histórica com a sensibilidade poética, resultando em uma obra profundamente evocativa e comovente.
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“Dois irmãos”, de Milton Hatoum
“Dois irmãos” é um romance de Milton Hatoum, publicado em 2000.
A obra conta a história de uma família de imigrantes libaneses em Manaus, focando na rivalidade entre os irmãos Yaqub e Omar.
O romance explora temas como a identidade, o exílio e o impacto das diferenças culturais. A prosa de Hatoum é lírica e rica em detalhes, capturando a atmosfera única da Amazônia e a complexidade das relações familiares.
“Dois irmãos” é uma obra poderosa e envolvente que oferece um retrato profundo da vida no Brasil e das tensões que moldam a identidade nacional.
A narrativa é ao mesmo tempo intimista e épica, fazendo de “Dois irmãos” uma leitura inesquecível.
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