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 Yasuyoshi Chiba/AFP/Folha online

Há poucos dias de comemorarmos o Dia do Professor, os acontecimentos recentes nos fazem lembrar que no país sobras e das faltas, ser professor no Rio de Janeiro (e no Brasil) é crime e exigir direitos já é motivo de desconfiança, suficiente para a repressão. 

Afinal, quem mandou ter ideais e sonhos de fazer algo que ajude o país a crescer e nossas crianças e adolescentes inculcarem algum conhecimento; quem mandou perder tempo com uma formação que nos leva a ser licenciados e aptos para levar balhas de borracha e chorar sem motivo aparentemente justificável. 

Bem poderíamos chorar (provavelmente de raiva), afinal, motivos temos, pois as faltas estão conosco e não com nossos amáveis políticos. É como já se afirmou por aí, que em nosso país dar aulas é coisa de amor e não de dinheiro. Mas, contemos nosso choro às vezes, deixando a vida nos levar, movidos talvez por algum sentimento de “amor ao próximo”, representado por nossos alunos e mesmo com medo do que pode nos acontecer se nos manifestarmos.

Ainda não levei tiro de borracha ou chorei “sem motivo”, como alguém que me conhece poderia bem lembrar. Mas, sou solidário a quem já se marcou com essas chagas produzidas pelos donos do poder no Brasil, esperando resultados benéficos que compensem a dor momentânea. Sou solidário aos colegas de profissão, que tem muita razão em reclamar de um plano de carreira deficiente e um descaso que atinge também pessoas como eu e tantos outros professores do Brasil.

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