“Não acho, que quem ganhar ou quem perder, nem quem ganhar nem perder, vai ganhar ou perder, vai todo mundo perder!” Essa frase dita pela ex-presidente da República Dilma Rousseff no ano de 2015 foi divulgada amplamente na internet e nas redes sociais como uma amostra dos seus discursos confusos e sem sentido, se tornando “meme” que divertiu a muitos brasileiros. Mas paremos pra pensar um pouco, será que tal colocação era tão sem sentido assim ou uma previsão do que aguardava o futuro político do país que hoje enfrentamos?
Fiquei bastante tempo sem escrever algo para o blog, pois vi que o tempo político atual é diferente e complicado, pautado na intolerância, no obscurantismo, no ódio ao que pensa diferente e na desinformação geral sobre o que nos rodeia. E diante disso me vi na obrigação de dar uma contribuição a vocês leitores da minha humilde opinião sobre o que ocorre.
Chegamos a um período em que o Brasil está dividido em duas polaridades politicas antagônicas representadas pela esquerda e pela direita. A discussão dos termos é algo para outro momento, mas que fique claro que ambos estão sendo utilizados de maneira indiferente e errônea em muitos casos. O Brasil atualmente é comandado por Bolsonaro que representa uma direita mais conservadora, enquanto a oposição é encabeçada pela esquerda, que tem o ex-presidente Lula como principal representante.
Um dos grandes problemas que se encontra hoje no Brasil é a divisão ao qual o país está mergulhado há algumas décadas e que só vem se acentuando nos últimos anos e no último mandato. E assim como os presidentes anteriores, o atual não consegue unificar as duas metades existentes, o que se nota é um afastamento ainda maior.
E quem perde com isso? Logicamente que é o povo brasileiro, que se perde em brigas familiares ou entre amigos pelo seu posicionamento político. Em ambos os lados se enxerga ataques ao próximo que votou diferente só para defender o seu lado, e para isso é utilizada uma imensidão de “Fake News” ou conteúdos que merecem uma maior apuração quanto a sua autenticidade.
É um período com uma imensa inversão de valores ou questionamentos de acontecimentos que já se passaram há tempos e com comprovação científica definida. Chegamos ao tempo de reescrita de fatos anteriores apenas para defender um determinado político e acusar um outro. Hoje se fala em “revolução” de 1964 em vez de golpe, se fala em Nazismo de “esquerda”, ou seja, se deturpam verdades históricas para a defesa de sua colocação política. Aqui fiz referência a dois regimes sanguinários perpetuados pela direita, porém não significa, com isso, a defesa da esquerda, que também já proporcionou acontecimentos, tão quanto, ou até mais sanguinários do que o Nazismo, vejam o exemplo do Stalinismo e do Maoísmo.
As pessoas não tem mais buscado o equilíbrio das coisas, falta se informar, falta ler e estudar mais, falta respeito ao próximo. Com isso volto ao início do texto e retomo a frase icônica da Dilma que a disse em um outro contexto, e com uma outra intenção, mas que pode muito bem caracterizar o momento atual que vivemos, onde, se continuarmos desta maneira, “vai todo mundo perder”.
“Vai todo mundo perder” | Heitor Henrique
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Quem perde atualmente com a situação política vivida no Brasil? Eis a pergunta que serve como ponto de partida desse novo artigo de Heitor Henrique.
Dica de livro:
João Barone
HEITOR ESPERANÇA HENRIQUE: É formado em História pela Universidade Estadual de Maringá, possui Mestrado pela mesma instituição. Inicia o seu doutorado pela Universidade Federal do Paraná em fevereiro de 2018. Atualmente atua como professor no departamento de História da Fafiman.
Antes de sair, assista ao nosso vídeo O que foi a Guerra Fria? Clique aqui ou na imagem abaixo!
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